quinta-feira, 14 de abril de 2011

O que é Filosofia? O que o filósofo faz?

O que é Filosofia? A resposta a essa pergunta não é unívoca e dá muita discussão. Por isso, é mais fácil dizer o que os filósofos fazem. Filosofia estuda o conhecimento, a formação do nosso conhecimento e os seus limites.

O trabalho de um filósofo é o de estudar os conceitos, sistemas de conceitos ou teorias. Daí ele analisa seus pressupostos, verifica sua coerência e sua fundamentação. Então, dependendo dos resultados, ele pode desenvolver as teorias (atacando as falhas; propondo alternativas ou complementando com questões originais) ou pode tentar derrubá-las, fornecendo outras teorias supostamente mais coerentes. O trabalho de derrubar teorias é com certeza o mais difícil, visto ele é a soma do trabalho de fundamentação teórica somado ao trabalho de destruição da teoria em voga - o que exige uma clareza muito grande do pensador.

Esses exercícios são chamados de crítica. Exercer a crítica é fazer o estudo de validação teórica que toda teoria - sem exceção - precisa ter para ser aceita cientificamente. Ao contrário da linguagem popular que fala de crítica quando quer "falar mal" e tirar a reputação de alguém, a crítica filosófica-científica é condição sine qua non para toda a teoria.

No que se difere o trabalho do filósofo com o cientista. São muitas as diferenças e as semelhanças que não serão produzidas aqui, porque estamos falando de Filosofia. Mas podemos falar de questões propriamente filosóficas e questões propriamente científicas que geram resultados distintos. Questões científicas são importantes porque nos dão informações necessárias para manipularmos objetos e criarmos ferramentas cada vez mais sofisticadas. Questões filosóficas são importantes porque nos faz compreender melhor o significado das coisas e os limites de nossos conhecimentos. Se saber o significados das coisas os limites de nosso conhecimento é importante? Isso eu não posso responder. O que posso dizer é que por compreender melhor o significados das coisas, por exemplo, não aceitamos mais uma política Teocrática. O mundo, nestes termos, não mudou, o que mudou foi que não acreditamos mais que existem pessoas descendentes de divindades e que, por causa desse pressuposto, devam governar - o significado mudou: o mundo não é governado por descendentes dos deuses.

Não se engane, você mesmo pode acreditar em coisas que não resistem à crítica filosófica. Rastreando a origem de nossas crenças, por exemplo, o filósofo (ou um filólogo) pode mostrar que elas surgiram como metáforas e que mais tarde elas passaram a ser tomadas como verdadeiras.

Bom, tentei mostrar timidamente o trabalha de um filósofo. Trabalho importante, na minha opinião.




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