terça-feira, 26 de abril de 2011

Cliente cadastrado tem que se acostumar a fazer seu Pedido.

Cliente cadastrado do Café com os Anjos é um cliente que tem o poder de negociar. É só mandar uma proposta com antecedência.
Cliente cadastrado do Café com os Anjos pode dar valor ao seu dinheiro. Ele pode fazer as contas e ver quanto pode gastar naquela semana ou naquele mês e fechar um pacote para aquele período. Até mesmo em momentos inusitados poderemos negociar.
Tente!! Experimente!!

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A linguagem é o passaporte da humanidade.

As ocorrências da Natureza se fazem no silêncio. Alguns seres, no entanto, desenvolveram aparelho auditivo e puderam reconhecer as variações do ar em movimento. A manipulação sutil do ar e a experiência em comum possibilita o sentido desses variações.
Hoje, a tantos milhares de anos que utilizamos símbolos, a partir do momento da adoção da escrita, a vida em humana se tornou representativa. "Humano" tem significado distinto em diferentes lugares e em diferentes  épocas. Vale aqui notar que quando se fala em Direitos Humanos, deve-se perguntar qual é o significado de Humano de modo que se possa definir quais serão os Direitos.
Vivemos no mundo social, que é um mundo de Representatividade, de Símbolos, de Significados. Nesse mundo é preciso ter habilidade com textos; é preciso gradualmente adquirir mais vocabulário.
Conhecer as palavras apropriadas ao momento e saber dar expressão Humana ao mundo silencioso da Natureza não é operação trivial.
A falência do vocabulário e a utilização superficial dos recursos linguísticos representa portas fechadas para muitos caminhos da vida humana. Reconhecer variações sutis da linguagem é a diferença entre a pessoa polida da pessoa bruta. As cores da vida humana são mais que branco e preto. E os caminhos são mais que certo e errado. Entre os limites existem as variações. Essas variações ampliam o mundo de quem as reconhece. A palavra abriu as portas da expressão humana no habitat silencioso da Natureza. O poeta sabe muito bem disso. Ele sabe como transformar sentimentos silenciosos e sem significados em expressão libertadora e carregada de sentido. E quando descobrimos o nosso poeta, descobrimos também nossa liberdade.
A linguagem é o passaporte de nossa natureza animalesca para o mundo Histórico da Humanidade. Pense nisso e cuidado com o mundo de 140 caracteres.


quarta-feira, 20 de abril de 2011

Cliente cadastrado pode ser beneficiado várias vezes.

Alguns clientes vêem até nós com o objetivo de negociar. Dizem que gostam do Café com os Anjos e que gostariam de saber se seria possível conceder descontos para os funcionários de sua empresa - o que seria interessante para nós, porque a empresa tem muitos funcionários. Como essa proposta é corriqueira, vamos considerá-la para tentar mostrar o que a percepção natural não alcança. A intenção é mostrar como a ideia de vincular o seu nome à sua empresa para obter maior poder de negociação não é tão vantajosa quanto o nosso programa de cadastramento de clientes para beneficiá-los.

Como a ciência recomenda, vamos colocar dúvidas sobre o habitual e duvidar da experiência comum (note que existe diferença entre experiência comum e experimento científico). Galileo, por exemplo, deixou de lado a experiência comum que dizia que os corpos param de se movimentar por ausência de força, do tipo: você parou de empurrar a cadeira, logo não há mais força movimentando-a, então, a cadeira parou. Nosso cientista demonstrou que os corpos não param por que a força acabou, mas por causa do atrito que exerce resistência ao movimento constante do objeto. Como ele fez isso? Calculou a média matemática dos intervalos de bolas subindo e descendo um plano inclinado e concluiu que o movimento em linha reta deveria ser um Movimento Retilíneo e Uniforme (MRU). Tem gente que não sabe, mas a Física Teórica é a expressão matemática da natureza, não é um relatório sobre suas peculiaridades e seus contornos. Os conceitos que temos sobre a Natureza não são relatos de situações do mundo, mas projeções teóricas que estabelecem relações (no caso da Física, em temos matemáticos). É importante notar: o Movimento Retilíneo e Uniforme não pode ser encontrado na Terra naturalmente e Galileo não viajou para o espaço (rs) - ou seja, o MRU não é uma observação da natureza, mas uma dedução matemática dos dados do seu experimento. 

Seguindo o exemplo da ciência, vamos sair um pouquinho da experiência comum. O primeiro passo é fazer o exercício de colocar suas intuições e experiências de lado - passe um tempo sem acreditar nelas. Vou colocar alguns dados para você verificar.

Desde meados de fevereiro deste ano, quando começamos a fazer o processo de cadastramento de nossos clientes, registramos clientes de 34 empresas (esses dados não estão atualizados por falta de tempo mesmo). Dentre essas empresas, existem algumas que têm funcionários suficientes para que preencha o dia do Café com os Anjos inteiro - sem que a gente precise se preocupar com mais ninguém.

Dessas 34 empresas, com exceção dos clientes do IBMEC - que representam 19,60% dos nossos clientes cadastrados -, nenhuma delas representam mais do que 4% desses mesmos clientes.

Agora imagine o seguinte: 

"Pense numa escala em que 100 (cem) representa o maior poder de negociação possível do cliente com relação à nossa empresa e 0 (zero) representa o poder mínimo que um cliente tem para negociar conosco. Pense também que você faz parte de uma das 34 empresas que dissemos acima. Raciocinando em cima dessas duas premissas, você decide reunir os seus colegas da sua empresa que gostam de frequentar a nossa loja com o objetivo de que juntos vocês possam negociar condições melhores para todos. Nesses termos, numa escala de 100 e se você for do IBMEC, então, a sua força de negociação será de 19,60; agora se você for de uma das outras outras 33 empresas você terá um índice de força de negociação de no máximo 4,41 e no mínimo 0,49. Ou seja, em qualquer dos casos a sua força de negociação é bastante reduzida."

Agora pense no Sistema do Café com os Anjos. Qualquer cliente cadastrado já possui força de negociação. Por quê? Sem você saber, existem pessoas com desejos e necessidades parecidas com as suas que também  frequentam nossa empresa. Por exemplo, pensemos que você se interesse nos nossos salgados, então, se você não for do IBMEC sua força de negociação vai de 4,41 (que é a força que você e seus colegas têm) para 30,90 por causa da porcentagem de Clientes Cadastrados que também se interessam pelos salgados; se o seu interesse for café da manhã, então, sua força vai de 4,41 para 36,76; se você quiser sobremesas, então, o índice vai de 4,41 para 22,55 e para os sucos vai de 4,41 para 29,90. Você se torna potencialmente abarcado pelos nossos benefícios. Isso ocorre, em primeiro lugar, porque temos como agrupar interesses e transformá-los em oportunidades para os dois lados, o do cliente e o da empresa. Segundo porque um e-mail que você mandar poderá ser o suficiente para que possamos ajustar as suas necessidades com as nossas - afinal de contas, com o canal aberto para a comunicação é bem mais fácil, não? Terceiro porque temos interesse em transformar os clientes cadastrados em nossos parceiros, de tal forma que nem precisemos  pensar nos clientes passageiros.

Não é só isso! No Café com os Anjos procura-se desenvolver um elo entre cliente e empresa que ultrapassam as formas de negociação, porque tentamos atribuir mais valores à relação cliente-empresa por meio da confiança, da atitude, da atenção e da certeza de que entre os nossos clientes e nós mesmos pode surgir a amizade, admiração, projetos, etc.

Gosto de pensar que meu Pai e eu somos pessoas trabalhando com outras pessoas num objetivo em comum: servir as necessidades e desejos de outras pessoas no que diz respeito à Alimentação Fora de Casa. Gosto de pensar que meu Pai e eu fazemos muitos contatos com muitas pessoas diferentes todos os dias e que elas, no dia de amanhã, podem ser as Chaves quando as portas estiverem fechadas e possam ser a testemunha mesma de nossas ações. Gosto de pensar que, às vezes, as pessoas levam boas lembranças nossas para as suas casas, assim como nós levamos algumas para a nossa casa. Enfim, penso que trabalhamos num ambiente de vida e não vivemos uma vida num ambiente de trabalho e que trabalhamos para melhorar -  naquilo que nos diz respeito - a vida de algumas pessoas.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Uma das maneiras de ter dinheiro é economizar.

No Café com os Anjos você pode negociar. Avalie o seu orçamento e use sua criatividade para elaborar realistas. Dessa forma você economiza o seu rico dinheirinho.

Quando vai chegando um feriado é a hora de pensar nas economias para aproveitar cada minuto de folga.

Como venho insistindo, cliente participativo é o foco de nossas ações. Vale a pena pensar. Afinal de contas:

"Uma das formas de ter dinheiro é economizando".

O que é Filosofia? O que o filósofo faz?

O que é Filosofia? A resposta a essa pergunta não é unívoca e dá muita discussão. Por isso, é mais fácil dizer o que os filósofos fazem. Filosofia estuda o conhecimento, a formação do nosso conhecimento e os seus limites.

O trabalho de um filósofo é o de estudar os conceitos, sistemas de conceitos ou teorias. Daí ele analisa seus pressupostos, verifica sua coerência e sua fundamentação. Então, dependendo dos resultados, ele pode desenvolver as teorias (atacando as falhas; propondo alternativas ou complementando com questões originais) ou pode tentar derrubá-las, fornecendo outras teorias supostamente mais coerentes. O trabalho de derrubar teorias é com certeza o mais difícil, visto ele é a soma do trabalho de fundamentação teórica somado ao trabalho de destruição da teoria em voga - o que exige uma clareza muito grande do pensador.

Esses exercícios são chamados de crítica. Exercer a crítica é fazer o estudo de validação teórica que toda teoria - sem exceção - precisa ter para ser aceita cientificamente. Ao contrário da linguagem popular que fala de crítica quando quer "falar mal" e tirar a reputação de alguém, a crítica filosófica-científica é condição sine qua non para toda a teoria.

No que se difere o trabalho do filósofo com o cientista. São muitas as diferenças e as semelhanças que não serão produzidas aqui, porque estamos falando de Filosofia. Mas podemos falar de questões propriamente filosóficas e questões propriamente científicas que geram resultados distintos. Questões científicas são importantes porque nos dão informações necessárias para manipularmos objetos e criarmos ferramentas cada vez mais sofisticadas. Questões filosóficas são importantes porque nos faz compreender melhor o significado das coisas e os limites de nossos conhecimentos. Se saber o significados das coisas os limites de nosso conhecimento é importante? Isso eu não posso responder. O que posso dizer é que por compreender melhor o significados das coisas, por exemplo, não aceitamos mais uma política Teocrática. O mundo, nestes termos, não mudou, o que mudou foi que não acreditamos mais que existem pessoas descendentes de divindades e que, por causa desse pressuposto, devam governar - o significado mudou: o mundo não é governado por descendentes dos deuses.

Não se engane, você mesmo pode acreditar em coisas que não resistem à crítica filosófica. Rastreando a origem de nossas crenças, por exemplo, o filósofo (ou um filólogo) pode mostrar que elas surgiram como metáforas e que mais tarde elas passaram a ser tomadas como verdadeiras.

Bom, tentei mostrar timidamente o trabalha de um filósofo. Trabalho importante, na minha opinião.




quarta-feira, 13 de abril de 2011

A participação dos clientes no nosso negócio.

Estamos trabalhando por uma política de interação contínua  - que está em constante aprimoramento - com os nossos clientes. 

A base dessas interação é a procura de satisfação crescente dos clientes e o desenvolvimento de nossos produtos e serviços. 

O ambiente que procuramos é o da confiança e da colaboração mútuas. Contamos com a participação da clientela para a promoção de nossos serviços visando justamente os seus próprios interesses de consumo. Quanto maior for a participação dos clientes, maior é será o nosso foco, pois teremos claro o que se espera de nosso trabalho.

Não trabalhamos com a pressuposição de uma proposta fixa de empresa. Estamos abertos às transformações  provocadas pelo o impacto da interação com os nossos clientes.

Queremos que saibam não apenas que as interações que estamos promovendo são importantes, mas sim que a interação intensa com os nossos clientes são o centro de nosso negócio. 

Se conseguirmos uma comunicação de qualidade com vocês e, além disso, conquistarmos sua confiança no nosso projeto, de tal forma que eles saibam que podem melhorar a qualidade dos serviços que obtém, então, nascerá um tipo totalmente novo no ramo de alimentação fora de casa na Região da Praça Tiradentes.

Estamos ansiosos por esse dia! Participem de nossos projetos!

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Reflexão motivada pelo Massacre na Escola do Rio de Janeiro.

Quando falamos do tema da Inclusão Social mencionei que nossa sociedade é hostil.

Não vou tratar sobre o tema da hostilidade de nossa sociedade, apesar de ser um assunto que merece reflexão.

Há um tempo vi no You Tube uma palestra com o título "Medo e temor" em que o palestrante faz uma observação interessante (não vou reproduzir a observação ipsis litteris, vou apenas passar a ideia geral): "Nós vemos a violência das outras culturas como endêmicas, ou seja, como próprias daquela cultura, como se o modo que aquela cultura vivem é propício à barbárie. E vemos a violência de nossa cultura como fatos isolados, provocados por pessoas más, que tem a ver com o caráter das pessoas envolvidas na violência - mas não é questão de mentalidade de nossa cultura." Obviamente, o palestrante quis dizer que utilizamos dois pesos e duas medidas para avaliar a nossa cultura e a cultura alheia. É claro também que ele quer dizer que a nossa incoerência não é consciente, ou seja, a incoerência não é percebida como tal. E eu acredito que um conjunto enorme de pressupostos falsos enraizado em nossos costumes favorecem a camuflagem dessas incoerências.

O massacre de ontem foi um exemplo típico de nossas camuflagens. Diante do ocorrido, olhamos para o terror e procuramos o culpado - no caso, o rapaz que cometeu os crimes. A tendência seguinte ao reconhecimento do culpado é a tentativa do linchamento (como se linchamento não fosse bárbaro e criminoso). O linchamento é inclusive justificado pelo terror da situação e dizemos para nós mesmos que qualquer um faria o mesmo e que o rapaz merece (a parte cega da história é que o rapaz também achava que aquelas crianças mereciam ser brutalmente assassinadas; o que faz com que os "achismos" se equivalham). Todos nós sabemos, mas fechamos os olhos: um erro não tem o poder de justificar o outro; um crime bárbaro não tem o poder de justificar outro crime bárbaro. Os dois pesos e as duas medidas são prontamente tiradas do bolso.

Como o rapaz já havia levado os tiros do policial e ele próprio suicidou-se depois, não houve o linchamento e a vingança não pode ser realizada. Como já foi exposto, interpretamos a violência como de responsabilidade estrita do indivíduo, sem que nada tenha a ver conosco. O pior é que o rapaz ia morrer de qualquer jeito, pois o suicídio foi premeditado - e isso aumenta ainda mais o sentimento de raiva e impotência da revolta.

O noticiário (estou falando do Jornal Nacional - que é um jornal que privilegia o sensacionalismo ao invés da reflexão -, porque foi esse que vi) anunciou o fato como uma tragédia. Nas tragédias o Destino é essencial na trama e envolve as ações humanas numa fatalidade inexorável.

Pensemos. Se o destino é inexorável e caiu sobre as costas dos envolvidos só nos resta o assombro do sangue derramado. E se a responsabilidade é do caráter do indivíduo, então, o que se há de aprender com a situação. Nada. Nada. Mil vezes nada. E se alguém gosta de ver essas notícias na televisão e espantar a monotonia colocando esses assuntos em pauta é uma questão de gosto pessoal - um tipo de gosto bizarro comum que nós cultivamos durante a vida. No entanto, nenhuma avaliação ética poderá ser feita e nenhum aprendizado sobre nosso modo de vida virá à luz da nossa consciência.

Qual é a diferença entre um Tsunami que mata muita gente e um rapaz que mata muita gente? A diferença fundamental é que o primeiro é um evento qualquer da natureza - embora de grande magnitude - sem motivação e sem responsabilidade. O segundo é uma ação provocada por um ser humano e possui motivações e responsabilidades. E não adianta dizer que o rapaz era louco, porque nem mesmo temos a medida e os limites da sanidade e da loucura. Não adianta dizer que neste caso específico a loucura está nítida, porque os loucos também são humanos, vivem em nossa sociedade e temos que procurar entender a loucura deles - sem tratá-los como cães, retirando o seu status de cidadão. O mundo não é de ninguém e por isso fora do escopo social da Lei não podemos decidir quem merece viver ou morrer, que merece viver preso ou livre. Portanto, nenhum louco nasce com um destino. É a sociedade específica - com limites restritos de compreensão - que avalia como devem proceder os cidadãos.

Lembrem-se que como os loucos aqui, existem mulheres em sociedades acolá que não gozam de vida social ampla na comunidade. Por isso, seguindo o mesmo raciocínio que costumamos imprimir no caso dos loucos, as mulheres nascem inferiores e tem o seu papel limitado na sociedade. Mais uma vez: a questão não é de nascimento e de estado biológico dos seres, mas como a sociedade lida com os seres.

O que podemos aprender com o caso? Quem somos nós? O que somos capazes de fazer? Como tratamos as pessoas que não compreendemos? Nós nos compreendemos? Quais são as exigências estruturais para que haja vida digna na sociedade? Qual é o papel da educação na cultura? O que é educação e cultura? O que podemos esperar das relações humanas? Qual é o espaço da sanidade e da loucura na nossa sociedade?  Como compreendemos a violência e a paz? 

Essas são algumas perguntas que a gente pode se fazer constantemente. E elas podem fazer com que não alimente aquilo que você quer justamente enfraquecer. Um pouco de autoconsciência faz bem para o exercício da ética. Vale a pena pensar!

quinta-feira, 7 de abril de 2011

O que é o Eu e aonde ele se encontra?

Existe uma longa discussão em torno daquilo que é o ser humano. O motor da discussão é, em suma, a natureza do mental, ou, das diferenças entre o que é físico e o que é mental. Ou, em outros termos, qual é a nossa natureza - enquanto seres humanos - no que se refere às coisas ditas mentais e materiais (físicas)? Somos seres mentais ou materiais? O Eu é material ou não? Há diferença entre mental e físico? Se há, qual é?

Intuitivamente, parece ser óbvio. Porém, dizer que há diferenças entre algo físico e algo mental atrapalha muito a nossa visão de mundo científica. E uma das suas grandes discussões atuais se refere justamente sobre tal diferenciação existente entre o físico e o mental. Nos meios acadêmicos, a tendência contemporânea - como argumentou diversas vezes o filósofo John R. Searle - é eliminar tudo aquilo que é mental em favor do materialismo científico, ou seja, eliminar do vocabulário científico tudo aquilo que seja mental. Não entraremos no assunto - porque isso faz parte do interesse do leitor -, mas a posição de Searle é a de defender um pluralismo de vocabulário para diferentes ontologias (ou seja, diferentes realidades específicas exigem diferentes vocabulários).

No âmbito das pessoas comuns, em reverso, a tendência contemporânea é alimentar a fantasia e descartar - supondo estar fora do alcance da ciência - tudo que nesse campo seja material. O calor das discussões religiosas provocadas pelo surgimento de seitas mil, aumentam ainda mais a energia dos debates -provocando até mesmo explosões, metafóricas e literais.

Para colocar um sabor a mais à apimentada discussão, considerem as pesquisas (procurem mais no You Tube) do neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis - referência mundial na sua área.


Independentemente das posições que vocês venham a tomar em relação à discussão da natureza do mental e do físico, vale notar algumas coisas. Historicamente, o ser humano é definido pelas suas capacidades mentais e pela vida mental. E esta pode ser uma oportunidade para você compreender, como mostra a experiência com a macaca, que o Eu não tem seus limites circunscritos num corpo. Rapidamente a macaca incorpora  o instrumento à sua pessoa.

Melhor dizendo: para demonstrar o Eu não se pode apontar para nosso corpo. E, apesar de o cérebro ser essencial para o surgimento do fenômeno "Eu", é preciso uma gama enorme de interações para que o Eu surja. 

Cuidado com as especulações. Dizer que o Eu não é a mesma coisa que o Corpo não significa dizer que o Eu sobreviva à morte do corpo. No entanto, podemos imaginar que no futuro haverá condições para se fazer  transfusão mental. Desse modo salvaremos nossa consciência ou num outro corpo biológico, ou num corpo artificial para que seja possível a manifestação da consciência e, assim, escaparmos da morte. 

O suporte orgânico (ou de outros artifícios) não podem ser produzidos hoje. Talvez, nunca possam ser criados. No entanto, a impossibilidade é apenas prática, não teórica (isso é muito importante notar porque em ciência a projeção teórica vem primeiro em qualquer pesquisa). Teoricamente não há um impedimento decisivo quanto à possibilidade da transferência mental.

Por isso tudo, lembre-se que estamos tratando não só de que coisas existem no mundo e de como elas  funcionam, mas estamos lidando com assunto que se refere à nossa autocompreensão como seres humanos.

Bom divertimento!

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Inclusão Social, uma pulga atrás da orelha - Parte 3.

Na parte 2 destes textos sobre Inclusão Social pedi que para que vocês respondessem à perguntas: "Qual é o nosso modelo de sociedade e quem precisa ser incluído?" e "E os excluídos, aonde eles estão?".

Antes de nos referir ao modelo de nossa sociedade, vou tentar listar alguns grupos que reivindicam - cada um ao seu modo, com objetivos e necessidades específicos - reconhecimento social. Vou fazer essa lista mesmo sabendo que a Inclusão Social tem como principal protagonista os defensores dos projetos que visam adaptar a sociedade para aqueles que têm alguma deficiência física. Vamos à lista? Os grupos e suas reivindicações básicas que eu lembro nesse momento são: 1. Os deficientes físicos/mentais - adaptabilidade das estruturas e mobilidade sociais 2. Os negros - representa o maior grupo que defende oportunidades iguais para raças diferentes 3. As mulheres - direitos de oportunidades e expressão próprias do sexo, sem prejuízo de qualquer benefício que o sexo masculino possa ter  4. Os homossexuais - também tem a ver com o sexo, mas se voltam contra, principalmente, a hostilidade de homens e mulheres heterossexuais 5. Os de baixa renda (classe social) - reivindicando principalmente estrutura digna para prosperar socialmente 6. Os índios - direito à própria cultura, vivendo a seu modo e em suas terras 7. Os idosos - em termos práticos, as necessidades do grupo de idosos com o dos deficientes físicos/mentais são próximos, ou seja, pedem adaptabilidade das estruturas sociais, mas com exigências específicas

Todos esses grupos - sem falar em grupos étnicos, religiosos, estrangeiros, nascidos no Norte-Nordeste do país -, com todas as suas particularidades, têm em comum a necessidade de que a sociedade os reconheça como tais, com identidade própria, para que eles possam agir livremente sem discriminações sociais. Ser reconhecido socialmente é ter identidade e poder ser um cidadão. Outro aspecto comum é que um grupo não necessariamente reconhece o outro.

Agora pensem em todos esses grupos. Quem sobra? Com todos esses excluídos, quem tem realmente a sua identidade reconhecida na sociedade?

A proliferação de sub-grupos sociais é o resultado de uma sociedade generalizadamente hostil. Na minha opinião, a Sociedade Inclusiva é o resultado confuso de nossa hostilidade social. No entanto, ela ainda tem o seu valor porque reúne forças para a sobrevivência dos grupos, exigindo a legitimidade dos mesmos.

As mudanças promovidas pela sociedade costumam ser resultados do enfrentamento das forças sociais - não produzidas pela educação e pelo entendimento. Não é por acaso que esses movimentos são chamados de "lutas".

Se formos levar em conta todos esses grupos excluídos - e apenas como uma caricatura - gostaria de representar o cidadão brasileiro. Ele tem as seguintes características: Homem nascido no Sul ou Sudeste do Brasil; Adulto em idade produtiva e com Emprego que garanta um médio-alto consumo; Branco; Não deficiente físico/mental; Heterossexual. Esse é o nosso cidadão, que representa a caricatura da sociedade brasileira.

Agora me respondam: Como incluir aqueles grupos nessa sociedade de um elemento só? A resposta é que não há como fazer isso. E aí os grupos passam a reivindicar uma sociedade Plural a qual todos os grupos sejam reconhecidamente cidadãos e que sejam tolerantes com a diferença. E como há enormes diferenças precisamos ter uma enorme tolerância - uma tolerância irrealizável, eu diria.

Enfim, a conversa poderia se estender por muitas páginas - talvez por páginas de bibliotecas inteiras -, mas vou terminar dizendo que a Sociedade Inclusiva é um movimento que nasce de um desejo legítimo de reconhecimento social das pessoas e da vontade de que os nossos representantes tenham em mente uma sociedade em que todos possam ser atendidos com respeito e igualdade - como "Brasil, um país para todos", slogan do Governo Federal. No entanto, eu não só tenho sérias dúvidas quanto ao projeto geral, ainda discordo com o termo Inclusão Social e acredito que ele reflete uma confusão no entendimento, tanto com respeito às reivindicações, quanto à esperança que a elas acompanha. Se estou certo ou errado não é importante aqui. O importante é que vocês tenham mais elementos para pensar sobre essas questões.

Café com os Anjos: Inclusão Social, uma pulga atrás da orelha - Parte 3.

Café com os Anjos: Inclusão Social, uma pulga atrás da orelha - Parte 3.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Inclusão Social, uma pulga atrás da orelha - Parte 2.

Deixei vocês pensando um pouquinho sobre o tema da Inclusão Social.

Agora vou fazer uma perguntinha: em que vocês estavam pensando quando pensaram em Inclusão Social?

Vamos melhorar um pouco. Qual é o nosso modelo de sociedade e quem precisa ser incluído? E os excluídos, aonde eles estão?

Depois que vocês pensarem mais um pouquinho aí a gente volta ao tema, ok?

Não deixem de participar e enriquecer o nosso Blog.

Comentários e sugestões podem ser feitos aqui mesmo ou pelo o nosso e-mail cafecomsosanjos@gmail.com

Você também pode Seguir no nosso Blog e acompanhar os nossos textos e notícias.

Até mais!

Inclusão Social, uma pulga atrás da orelha.

Se tem um conceito que hoje parece ganhar universalidade, dada aceitação generalizada das pessoas e a proliferação da ideia por meio das mídias é a Inclusão Social e suas ramificações, como Sociedade Inclusiva, Inclusão Digital, etc..

A atividade de Inclusão Social faz parte das políticas públicas e tem como objetivo universalizar as oportunidades da sociedade. A reivindicação de transformação social tem para grande parcela das pessoas envolvidas no debate o caráter de engajamento nas questões de Inclusão Social.

Tendo em vista esse contexto gostaria de colocar uma pulga atrás da orelha das pessoas que aderem à Sociedade Inclusiva sem maiores reflexões. Mas antes quero logo dizer que aqui estamos fazendo um exercício de reflexão, não estamos fazendo o jogo político-ideológico-demagógico de afirmar qual é a posição correta e qual é a falsa. Pessoas maduras - como foi dito no texto O Mundo das Razões e da Verdade - devem assumir os riscos da incerteza. Além de ter que perceberem que não existe neutralidade política,. Portanto, escolher o caminho da direita, da esquerda, do centro - até mesmo não escolher - já é fazer uma escolha e que somos responsáveis pela nossa indiferença em relação à qualquer questão.

Antes de colocar, gostaria que vocês pensassem um pouco sobre o assunto e depois a gente continua, ok?

Você pode interagir com a gente colocando suas opiniões aqui no Blog ou pelo nosso e-mail cafecomosanjos@gmail.com.

Até mais!!

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Hoje lançamos o nosso Mingau de Milho Verde.

Hoje lançamos nosso Mingau de Milho Verde.

A aceitação, até agora, está sendo muito positiva.

Experimente esta e as outras novidades do Café com os Anjos e emita sua opinião para continuarmos fazendo as melhorias.

O Mundo das Razões e da Verdade.

A cultura Ocidental, que tem seu berço na Antiga Grécia, vem sendo o resultado de uma perseguição: perseguição da Verdade. E sob o signo da Verdade formou-se o ideal de nossa cultura. A perseguição desse ideal criou a Lógica.

Muitos não sabem, mas a Lógica (do grego logos que quer dizer discurso, entre muitas outras coisas, e foi traduzido para o latim como ratio e veio a nós como razão) foi criada pelo desenvolvimento do trabalho dos filósofos antigos. Parmênides colocou o desafio inicial e, resumidamente, Sócrates, Platão (duelando contra os Sofistas) e finalmente Aristóteles (que foi o primeiro a sistematizar o discurso, criando a Lógica) deram sequência e desenvolvimento ao discurso coerente. Lógica é sistematização e regras do discurso, "produzindo" um encadeamento linguístico que nos permite fazer inferências e avaliar se a argumentação é  realmente válida.

Talvez você ache apenas natural que seja assim, mas o fato de você não aceitar contradições numa argumentação não tem nada de natural. É, na realidade, o resultado de uma cultura que colocou a  Razão em primeiro plano - influenciando toda a rotina da vida social, bem como nossas instituições e critérios de justiça.

Por mais estranho que isso pareça, existem muitas culturas em que a contradição não é percebida. Mais estranho ainda talvez seja o fato que o projeto de racionalidade que norteou nossa cultura por milênios foi colocada em cheque - não sem motivos - pelos filósofos contemporâneos. A consequência imediata disso é uma profunda desconfiança na nossa capacidade de avaliação ética - obviamente, já que, como foi dito acima, o instrumento principal de avaliação e juízo de nossa civilização, que conduz e ordena nossas atividades sociais (a racionalidade), passou a ter que se equilibrar para não cair no abismo da ilegitimidade. 

Desconfiança ética é autodesconficança humana, pois a pergunta ética fundamental - e que trata do objetivo principal da educação de nossos filhos -, ou seja, "como viver?/como é viver bem?" não pode ser respondida com a ausência da dúvida. 

Não ter nenhuma resposta a essa pergunta, ou ter desconfiança sobre nossa capacidade de dar respostas, significa ausência de firmeza e de autoconfinança, tornando nossa caminhada no mundo um terreno escorregadio e movediço. Existem consequências sérias neste simples fato de não podermos dizer como deveremos agir, ou, como os outros devem agir, ou, como nossa família deve agir, ou seja, de não saber como funciona o eixo central da vida humana para que possamos conduzir bem a nossa própria vida. Pense. Como poderemos distinguir até mesmo a ação ética da ação criminosa? Como decidir sobre o que é Legal e o que é criminoso? Não adianta a gente apelar para as convenções da sociedade para poder responder a essa pergunta. Isso porque queremos saber se somos capazes de fazer justiça e criar convenções que correspondam a justiça. Queremos saber o que é certo e o que é errado para transformar a sociedade numa Sociedade Boa.

As Grandes Guerras Mundiais são exemplos trágicos de nossa situação ética atual. Desde o final do séc. XIX os pensadores vem nos alertando sobre alguns aspectos "inusitados" de nossa cultura. É que a exigência de racionalidade e verdade do mundo ocidental deveria levar ao desenvolvimento de nossa humanidade e à felicidade dos cidadãos. Mas, cada vez mais, enxergamos um mundo inóspito para a vida humana. E onde o chamado "progresso da civilização" se instala significa, para a maioria das pessoas, condições sub-humanas de existência e de trabalho, com o propósito implícito de gerar Capital

Quando vieram as Grandes Guerras e pudemos analisar as suas causas (como, por exemplo, o Movimento de Imperialismo Europeu, que se justificava com o argumento de levar a civilização para outros povos) e consequências percebemos o grau elevado de barbárie em que foi colocada a vida humana. Como observou Winston Churchill, toda essa barbárie das Guerras foi provocada e cometida pelos ditos "Estados mais civilizados".

Enfim, o Ocidente descobriu no próprio exercício da Razão a fragilidade da racionalidade. E agora, justamente pela sua fragilidade, a racionalidade é mais preciosa do que nunca. Ao invés de destruir a si mesma, a racionalidade descobriu que ela precisa de cultivos e de cuidado - e que, acima de tudo, ela é um exercício coletivo de autocrítica. Nossa cultura, então, está condenada às transformações sociais, pois não aceitamos meias respostas, respostas autoritárias, respostas vazias ou respostas demagógicas, que insistem em permanecer entre nós. E onde elas estiverem, estaremos sinalizando para o seu perigo, sugerindo outros caminhos para as nossas atividades.

Ser uma pessoa madura e eticamente consciênte no Ocidente não é mais oferecer as respostas lógicas, mas exercitar a dúvida e assumir as incertezas.

No Mundo das Razões e da Verdade que o Ocidente produziu, a inconsistência, a verossimilhança, a probabilidade, o inconsciente são seus principais habitantes.